Aprendizagem Social, Aprender Socialmente, o fato é que é difícil traduzir a ideia do Social Learning.
Este fenômeno cresce com a evolução das Mídias Sociais ou Redes Sociais (outra tradução confusa) que mais e mais facilitam a interação e o compartilhamento sem limite entre as pessoas.
Para mim a melhor tradução para Social Learning é "Aprender com o Relacionamento Social". Aprender se ocupando do seu perfil no Facebook, Orkut, Twitter, MySpace, Linkedin, Thumblr; e agora Google+.
No mundo real todo encontro proporciona uma troca. Você gasta algum tempo com um amigo, um grupo de amigos ou conhecidos, mesmo que por algum instante sempre há a possibilidade de se trocar alguma informação, seja uma notícia, uma "fofoca", uma visão diferente sobre um fato.
Na Web isso é potencializado ao máximo com a facilidade de interação que as Redes Sociais proporcionam. Quem costuma pesquisar soluções de problemas na Web já se deparou várias vezes esta cena.
Você pergunta o problema, o Google te apresenta uma lista de links, na maior parte Fóruns. Clicando no mais relevante você encontra a página do Fórum com um post de pergunta igual ou parecida com a sua, uma resposta e um outro post com o agradecimento de alguém que teve seu problema resolvido.
O que move alguém a responder perguntas de um anônimo sem, aparentemente, ganhar nada com isso?
Existem Fóruns sobre os mais variados temas, mantidos por pessoas que normalmente se identificam com pseudônimos e "avatares". Qual é a motivação para alguém se dedicar ao outro virtualmente desta forma tão altruísta?
Eu tenho uma tese e acredito realmente nela. Na adolescência todo mundo passa por aquela crise de identidade e a necessidade imensa de aceitação. As pessoas buscam serem aceitas em grupos, turmas ou tribos para, de alguma forma, adquirirem uma identidade.
O que faz alguém se dispor a distribuir para seus seguidores notícias, vídeos ou fotos colhidas na net sem que eles peçam?
Ser famoso faz parte deste processo. Que adolescente nunca sonhou em ser "pop star"? No fundo, ser conhecido, ter fama é uma forma de ser querido ou ser aceito.
A Geração do Fim do Século nasceu convivendo com as Mídias Sociais, tem este ambiente como parte do seu repertório de conhecimento e prática de relacionamento. Observe que o que mais se faz nas Redes Sociais é buscar a frase do dia, o vídeo que "bombe", o "Tweet" que vai entrar para a lista de maior número de "Retweets".
As pessoas compartilham muito lixo sim, mas a própria Rede se encarrega de filtrar o que é de bom gosto ou não, o que tem sentido ou é inapropriado. Afinal, isso tudo é muito novo. Os protocolos de convivência e a "Norma Culta" das Redes Sociais ainda está se desenvolvendo. Faz parte da curva de aprendizagem.
Toda vez que se entra na Web para buscar uma informação você se depara com uma profusão de outras informações. Estão lá de graça. Alguém por uma motivação qualquer colocou lá e você pode ter acesso sem muito esforço.
É verdade também que não se pode confiar em tudo que se lê na Web. Mas até para isso a Geração do Fim do Século tem solução. Nas próprias Redes Sociais se pode certificar ou não uma informação. Se muitos dos seus amigos confirmam a informação há enorme chance de ser verdadeira.
Nas corporações as Redes Sociais ainda são um enorme tabu. No fundo é natural no meio corporativo a reação ao novo e o medo da mudança. Com a falsa justificativa da Segurança da Informação, grande parte das empresas bloqueiam ou proíbem o acesso a Redes Sociais ou comunicação instantânea. Como se a tecnologia fosse a responsável por facilitar o roubo de informações atitudes antiprofissionais.
Este é um erro de avaliação que já começa a ser percebido. Só se gera mais conhecimento se for possível unir conhecimento com informação. Empresas modernas incentivam o compartilhamento de informação entre seus colaboradores para criar conhecimento, alinhar visão e fortalecer a unidade nos seus objetivos.
As Intranets que realmente proporcionam o compartilhamento de informações internas são uma poderosa fonte de geração de conhecimento. Imagine um Fórum corporativo onde as pessoas possam tirar dúvidas ou expor experiências para seus pares de maneira instantânea e informal.
Imagine que os Colaboradores da Empresa pudessem compartilhar práticas de sucesso ou discutir dúvidas ou necessidades de melhoria em processos de forma aberta e franca com quem entende e vive os problemas. Imagine o quanto poderia se economizar em treinamento de colaboradores se houvesse na empresa um banco de experiências e boas práticas disponível para consulta. E lógico, banco de experiências produzido e editado por quem viveu e recomendou. De graça. Pelo orgulho ou vaidade de poder se destacar na massa.
Se você ainda acha que isso tudo é diversão de adolescente, Rede Social é coisa de desocupado e atenta contra a Segurança da Informação da sua Empresa, aceite um conselho: Reveja seus conceitos, o mundo mudou.
